Forro do convés


Realização de um graminho para desenhar a curvatura dos vaus. A flecha do vau (altura máxima do vau) da canoa da picada não vem referida nos planos, mas normalmente costuma rondar os 1/50 do comprimento do vau (recta do vau). O graminho permite desenhar uma curvatura harmoniosa e se o processo de confecção é difícil de descrever a sua realização é bastante simples. Faz-se o graminho com a ajuda de uma régua e de um compasso. A régua serve para traçar a recta do vau que deverá ser dividida em 8 segmentos com a mesma distância. Desenha-se com o compasso um meio círculo em cada um dos pontos que dividem a recta, com excepção do ponto inicial e do ponto terminal, com o raio igual ao valor da flecha do vau. A divisão desse meio círculo em quartos, oitavos e finalmente 1/16 de círculo fornece os pontos pelos quais deverá passar a curva do vau.
Antes de colocar os vaus é necessário remover os excedentes das balizas acima da linha do convés, trata-se de uma actividade que, por semelhança com os procedimentos necessários para desimpedir o navio de forma a aprontá-lo para o combate, pode ser designado pelo verbo “desempachar” .

Removendo os excessos das balizas, acima do convés, com a ajuda de uma lima rotativa e com uma lâmina acoplada na lixadeira delta.

A remoção dos excessos da estrutura em contraplacado na roda de proa e no painel da popa é um processo delicado, pois se não se “tem mão” na máquina pode danificar-se o trabalho já realizado .
Uma canoa finalmente “desempachada” pronta para receber os vaus.

Controlo da altura dos vaus de forma a concretizar a curvatura elíptica do tosado do convés. Colocou-se, em primeiro lugar, o vau da baliza mestra e depois dois vaus nos fundos. O primeiro identifica o ponto mínimo da altura do tosado e os dois últimos os ponto mais próximos e elevados do fim da curvatura.


Aplicação do primeiro forro do convés. Utilizam-se tábuas de marupa semelhantes às que foram aplicados no primeiro forro do casco. A primeira tábua corre a bombordo ou a estibordo da mediania. Segue-se completando o forro de ambos os lados.


O primeiro forro do convés quase completo, completo e polido. Aproveita-se o polimento para eliminar alguma incorrecção na curvatura do convés.
Marcações no convés simulando os vaus para facilitar a quando da colocação do segundo forro o trespassamento dos topos das voltas do pavimento.
Marcações para realizar um entalhe numa tábua do pavimento para simular os topos.
A primeira tábua do segundo forro do convés com os topos alinhados com as marcações dos vaus.